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Mostrando postagens com o rótulo Autoritarismo

Que risco corremos? | Com Celso Rocha de Barros | 125

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A escalada autoritária de Bolsonaro só cresce, tendo como seu alvo preferencial o Poder Judiciário ou, mais exatamente, o Supremo Tribunal Federal (STF) e o Tribunal Superior Eleitoral (TSE). A condenação do deputado federal bolsonarista, Daniel Silveira, a quase nove anos de cadeia por ameaças a ministros do STF e ao próprio tribunal teve como resposta uma nova afronta do presidente da República à corte, com a graça concedida por Bolsonaro a seu aliado .   Depois disso, nova crise adveio da observação pelo ministro Luís Roberto Barroso, ex-presidente do TSE, de que as Forças Armadas têm sido orientadas (pelo presidente da República, seu comandante em chefe) a desacreditar o processo eleitoral. O Ministério da Defesa emitiu uma nota agressiva contra Barroso, afirmando ter ele as ofendido . Em meio a isso tudo o STF toma novas decisões contrárias aos interesses do governo ( como as relativas à sua política ambiental ) e se vê às voltas com a questão de como lidar com a situa

Bolsonarismo: linguagem da destruição | Com Miguel Lago | 124

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O que explica a resiliência de Jair Bolsonaro, que apesar do desastre como governo e na provisão de políticas públicas, mantém uma considerável popularidade e assegura ao mandatário um patamar considerável de intenções de voto? A oposição se vê atônita com a forma de agir do ex-capitão do Exército, marcada pelo uso da hiperconectividade das redes sociais e lançando mão de uma política mística, tanto para governar como para amealhar o apoio de uma base social fiel – em vários sentidos que a palavra "fiel" comporta.   Trata-se de um governo reacionário, voltado à "destruição como forma de constituição de uma utopia regressiva" – como enunciado na introdução ao livro. Destrói-se o Estado administrativo brasileiro, suas instituições e suas políticas. Mas há algo a ser construído? Se houver, do que se trata? O bolsonarismo fala muito de liberdade. Porém, qual a noção de liberdade bolsonaresca? Seria a de fazer "o que der na telha"? Seria a liber

Chapa Lula-Alckmin lembra a aliança das Diretas Já | Artigo no blog do #FPNS na CartaCapital

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   Uma junção entre adversários que ainda se reconhecem nessa condição só faz sentido se o que os une for bem maior e bem mais importante do que aquilo que os separa.      Clique na imagem para ler o artigo no site da CartaCapital

Olavo morreu. E agora? Com Michele Prado | #113

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A morte de Olavo de Carvalho deixou a extrema-direita brasileira, e o bolsonarismo em particular, sem seu principal formulador intelectual. Qual o significado da perda desse quadro para esses setores políticos? Para entender esse problema, inclusive compreendendo as influências da extrema-direita mundo afora, o #ForadaPolíticaNãoháSalvação conversou com Michele Prado, autora do livro "Tempestade Ideológica. Bolsonarismo: a Alt-Right e o Populismo Iliberal no Brasil". Nesse trabalho, a autora estuda as origens do pensamento de Olavo de Carvalho e suas influências no bolsonarismo, bem como as relações entre ambos e a extrema-direita internacional – temas de que tratou também em nossa conversa. O livro pode ser adquirido no seguinte site:  https://tempestadeideologica.lojavirtualnuvem.com.br/  ou contatando diretamente a autora por meio do Twitter: @MichelePradoBa Leia o blog do #FPNS no Site da CartaCapital. Apoie o #ForadaPolíticaNãoháSalvação e ajude o canal a se manter e mel

O bolsonarismo autofágico | originalmente publicado no Valor Econômico em 07.02.2020

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O bolsonarismo autofágico Desconfiado de tudo e todos, exceto da família, Bolsonaro faz de aliados, inimigos, devorando-os; mas eles podem voltar Saturno (Cronos) devora seus filhos. Francisco Goya. Museu do Prado. Na mitologia grega, Urano, deus supremo surgido após o caos, uniu-se a Gaia para gerar uma descendência. Porém, temeroso da traição dos filhos, os Titãs, enterrou-os no ventre da esposa. “Aqui mando eu e ninguém mais!”, dizia. Gaia, farta da tirania, propôs a um dos filhos, Cronos, que depusesse Urano e governasse o universo. Munido da foice dada pela mãe, Cronos castrou o progenitor e imperou sobre seu sangue. Cronos, como o pai, bradava: “Aqui mando eu e ninguém mais!”. Sabendo que teria filhos, virtuais traidores, ordenou à mãe, Reia, que lhos entregasse para os devorar, um a um. Desse fado se salvou apenas Zeus, que a mãe ardilosamente substituiu por uma pedra, engolida sem que o genitor notasse. Mais tarde, também Zeus se voltou contra o pai, fê-lo regurgitar os irmãos

Como destruir um pais | publicado originalmente no Valor Econômico em 07.01.2021

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Como destruir um país O Programa Nacional de Imunizações é um legado positivo do regime militar, que o governo Bolsonaro está destruindo A agenda do combate à corrupção culminou, em 2018, na eleição de Jair Bolsonaro. Trata-se de agenda negativa pois, mais do que propor um programa de governo, alardeia a necessidade de limpar o país. Um dos equívocos dessa agenda (não o único) está na suposição de que, feito isso, o resto se resolve sozinho, ou quase. Contra “a roubalheira do PT”, o que alguns definiram como uma “escolha difícil” foi, para outros, uma decisão fácil: “Bolsonaro e os militares, pelo menos, não são corruptos”, diziam. Que o republicanismo não é atributo dessa turma já ficou evidente na tour de force em defesa do clã Bolsonaro e suas rachadinhas, bem como nas benesses concedidas a militares pela atual gestão - por exemplo, ganharam um novo plano de carreira, enquanto outros foram agraciados com a reforma previdenciária; e asseguraram um cabideiro de empregos federais sufic

A disputa na direita, com Lúcio Rennó | #110

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No intervalo de duas semanas, Sérgio Moro foi lançado pré-candidato à presidência pelo Podemos, o PSDB realizou suas prévias, definindo João Dória como seu postulante, e Jair Bolsonaro se filiou ao PL de Valdemar Costa Neto – além da bem menos ruidosa filiação de Rodrigo Pacheco ao PSD. Desse modo,  a direita política sacramentava quatro novos concorrentes à chefia de governo em 2022. Não são candidatos demais ? A candidatura de Rodrigo Pacheco não parece ser para valer, ao menos quanto às suas chances reais de embolar a disputa. Assim, as atenções se voltam para os outros postulantes, com destaque para a polarização entre Sérgio Moro e Jair Bolsonaro, ex-aliados. O presidente extremista e o ex-juiz justiceiro disputam entre si não apenas a liderança no campo direitista, mas também o protagonismo da condição de principal postulante anti-Lula – que por ora lidera todas as pesquisas de intenção de voto. João Dória, bem mais atrás nas pesquisas, corre por fora. Como compreender a natureza