Postagens

Mostrando postagens com o rótulo Governo Bolsonaro

Combate à corrupção: que fim levou? | com Rogério Arantes | 150

Imagem
“Queria dizer a essa imprensa maravilhosa, nossa, que eu não quero  acabar com a Lava Jato… Eu acabei com a Lava Jato porque não tem mais  corrupção no governo”, disse Jair Bolsonaro em outubro de 2020 .   Essa declaração ocorreu depois que Sergio Moro já havia deixado o  Ministério da Justiça, após acusar Bolsonaro de interferir na Polícia  Federal.   O fato é que desde então, de fato a Lava Jato acabou, bem como deixou de  existir uma Procuradoria Geral da República independente, pois Augusto  Aras, o PGR, é um serviçal de Bolsonaro.   O presidente também nomeou para o Supremo Tribunal Federal dois sabujos -  Kássio Nunes Marques e André Mendonça - que decidem sempre de forma a  favorecer o Poder Executivo.   Qual o tamanho do desmonte bolsonaresco das estruturas de combate à  corrupção? De que forma toda a construção institucional pós-1988 e,  principalmente, pós-2003 foi desmontada pelo bolsonarismo?   Para discutir esse tema , este #ForadaPolíticaNãoháSalvação rece

Ciência, pseudociência e política | com Ricardo Galvão | 141

Imagem
Ciência e política frequentemente se encontram. O conhecimento científico é primordial para embasar políticas públicas, assim como o incentivo à produção científica é uma política de muitos governos. Contudo, a interação entre ciência e política não se encerra aí. A ciência pode ser instrumentalizada por políticos para fins eleitorais e para o exercício do poder contra seus adversários. Além disso, argumentos pseudocientíficos também são utilizados para persuadir os cidadãos e atingir fins políticos. A pseudociência é traiçoeira justamente porque tem aparência de ciência, sem que realmente seja. Serve para enganar os incautos assim como a sofística, que se faz passar por filosofia.   Governantes populistas autoritários têm uma relação problemática com a ciência. Por um lado, tendem a vê-la apenas como um instrumento para ganhos imediatos. Por outro, desdenham dela e a atacam, quando suas descobertas contrariam os interesses dos poderosos e de seus amigos. Além disso, go

A Sociedade Civil na Trincheira da Democracia | com José Álvaro Moisés | 140

Imagem
No dia 11 de agosto diversos eventos de defesa da democracia ocorreram por todo o país, reunindo milhares de pessoas nas ruas e em escolas de Direito. O cordão foi puxado por uma carta elaborada no âmbito da Faculdade de Direito da USP , no Largo São Francisco. Esse documento se inspirou noutro, análogo, elaborado também na São Francisco, sob a liderança do professor Gofredo da Silva Telles, em 1977. À época o país ainda vivia sob a ditadura militar, naquele momento sob o comando do General Ernesto Geisel.   Aquela carta contribuiu de forma importante para a mobilização da sociedade civil contra o autoritarismo. O processo ganhou novo impulso no ano seguinte, quando uma greve de metalúrgicos da Scânia deflagrou a emergência dos movimentos paredistas do Novo Sindicalismo.  A sociedade reagia energicamente. Nesta quadra histórica o Brasil vive não uma ditadura, mas uma ameaça à democracia, perpetrada pelo presidente da República e seus comparsas. A sociedade se vê na necess

Limites da Democracia | com Marcos Nobre | 133

Imagem
Que perigo (ou quais perigos) o bolsonarismo representa para a democracia brasileira? E como esse movimento de extrema-direita teve sucesso em chegar ao governo central? Os antecedentes da emergência do bolsonarismo e da chegada de seu líder à Presidência da República têm raízes profundas na política brasileira.   As novas direitas surgidas sobretudo após as jornadas de junho de 2013 são um desses antecedentes. O pemedebismo, nascido na redemocratização e que congrega (mas não se restringe) fisiologismo e conservadorismo, é outro. Também a democracia digital, que desloca a democracia de partidos em diversos países. Para entender esse fenômeno este #ForadaPolíticaNãoháSalvação conversa com Marcos Nobre, filósofo, professor de Filosofia Política na UNICAMP e presidente do Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (CEBRAP). Marcos acaba de lançar um novo livro, discutindo esses assuntos, e cujo título inspirou o nome deste episódio: Limites da Democracia: de junho de 2013

132- Bruno e Dom: a política que produziu o crime | com Fernando Vianna | 132

Imagem
A primeira metade de junho de 2022 foi tragicamente marcada pelo assassinato de Bruno Pereira, indigenista, e Dom Phillips, jornalista, no Vale do Javari, Amazônia brasileira. Numa incursão na área, lugar onde vivem diversos povos indígenas, vários deles ainda isolados, os dois foram mortos por membros do crime organizado atuante na região, estimulado pelo governo de Jair Bolsonaro, voltado à destruição da Amazônia e ao vilipêndio das populações originárias.   Não se trata de crime comum, nem mesmo se considerando o histórico de violência das relações entre indigenistas e ambientalistas, por um lado, e criminosos, por outro. A diferença está na política ativa do governo Bolsonaro em favor desses criminosos. Operando na ilegalidade incentivada pelo governo, grileiros, garimpeiros, madeireiros, pecuaristas, agricultores, caçadores, pescadores e até traficantes de armas, drogas e animais silvestres têm como inimigos os mesmos que o governo elegeu como os seus. A morte de B