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Ideologia: uma pra viver | com Juliana Fratini | 142

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Em meados dos anos 1980, Cazuza eternizou um verso de sua canção, "Ideologia". Era ele: "Ideologia: quero uma pra viver". De fato, ideias a respeito do mundo, em particular acerca da política, dão sentido à vida . Que rumo seguimos como cidadãos e cidadãs? Que rumos seguem aqueles que escolhemos para governar ou que, por vezes, nos são impostos? Esse é o tema deste #ForadaPolíticaNãoháSalvação e também do livro organizado por Juliana Fratini, cientista política, doutoranda na PUC SP e estudiosa da relação entre gênero e política – particularmente a atuação das mulheres, o que é objeto de outra obra que organizou: "As Princesas de Maquiavel".   No volume "Ideologia: uma para viver - as teorias que orientam o pensamento político atual" , ela reúne trabalhos de diversos pesquisadores sobre variados temas atinentes à questão ideológica:  tecnologia, desinformação, latino-americanismo, democracia, partidos políticos, social-democracia, popul

Ciência, pseudociência e política | com Ricardo Galvão | 141

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Ciência e política frequentemente se encontram. O conhecimento científico é primordial para embasar políticas públicas, assim como o incentivo à produção científica é uma política de muitos governos. Contudo, a interação entre ciência e política não se encerra aí. A ciência pode ser instrumentalizada por políticos para fins eleitorais e para o exercício do poder contra seus adversários. Além disso, argumentos pseudocientíficos também são utilizados para persuadir os cidadãos e atingir fins políticos. A pseudociência é traiçoeira justamente porque tem aparência de ciência, sem que realmente seja. Serve para enganar os incautos assim como a sofística, que se faz passar por filosofia.   Governantes populistas autoritários têm uma relação problemática com a ciência. Por um lado, tendem a vê-la apenas como um instrumento para ganhos imediatos. Por outro, desdenham dela e a atacam, quando suas descobertas contrariam os interesses dos poderosos e de seus amigos. Além disso, go

A Sociedade Civil na Trincheira da Democracia | com José Álvaro Moisés | 140

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No dia 11 de agosto diversos eventos de defesa da democracia ocorreram por todo o país, reunindo milhares de pessoas nas ruas e em escolas de Direito. O cordão foi puxado por uma carta elaborada no âmbito da Faculdade de Direito da USP , no Largo São Francisco. Esse documento se inspirou noutro, análogo, elaborado também na São Francisco, sob a liderança do professor Gofredo da Silva Telles, em 1977. À época o país ainda vivia sob a ditadura militar, naquele momento sob o comando do General Ernesto Geisel.   Aquela carta contribuiu de forma importante para a mobilização da sociedade civil contra o autoritarismo. O processo ganhou novo impulso no ano seguinte, quando uma greve de metalúrgicos da Scânia deflagrou a emergência dos movimentos paredistas do Novo Sindicalismo.  A sociedade reagia energicamente. Nesta quadra histórica o Brasil vive não uma ditadura, mas uma ameaça à democracia, perpetrada pelo presidente da República e seus comparsas. A sociedade se vê na necess

Dinheiro e velha política | com Bruno Carazza | 139

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As eleições de 2022 contarão com o maior montante de recursos públicos disponíveis para disputas eleitorais da história. Ademais, recursos privados também podem ser usados, com poucas limitações. Os muito ricos e aqueles que têm parentes, amigos e apoiadores muito ricos também serão beneficiados pela força da grana nestas eleições. Não apenas verbas de campanha - públicas e privadas - pesarão na corrida, mas também alentados recursos orçamentários da União, sobretudo por meio do "orçamento secreto", controlado pelas presidências das duas casas do Congresso. Que dinheiro é importante na disputa política já é algo sabido, mas qual exatamente essa importância? Que consequências isso traz para a democracia? Para discutir esses temas, este #ForadaPolíticaNãoháSalvação traz Bruno Carazza , mestre em Economia, doutor em Direito, professor da Fundação Dom Cabral e colunista do Valor Econômico . Carazza entende como poucos as relações entre dinheiro e política, sendo auto

O cenário eleitoral ainda muda? | com Antonio Lavareda | 138

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Seguidas pesquisas eleitorais têm mostrado uma grande estabilidade no cenário das eleições presidenciais, sobretudo quando se consideram as projeções de segundo turno. Quase nada muda. Mesmo se considerando o primeiro turno, em que Bolsonaro apresentou algum crescimento, apenas ele e Lula figuram como candidatos competitivos, indicando que a disputa efetiva será entre ambos. Os candidatos de "terceira via" não crescem. Mas será que está mesmo tudo definido, ao menos no que diz respeito ao primeiro e ao segundo lugar? Ou será que ainda são possíveis reviravoltas na disputa presidencial? Bom lembrar também que nos estados os cenários ainda são bem distintos, com disputas mais abertas, apesar do favoritismo dos governadores que disputam a reeleição. Também os congressistas governistas levam vantagem, beneficiados pelo orçamento secreto. Para discutir tais temas e entender melhor as pesquisas eleitorais, este #ForadaPolíticaNãoháSalvação recebeu o sociólogo e cient