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A Intentona e os Militares | com Piero Leirner | 161

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A intentona bolsonaresca de 8 de janeiro teve nas Forças Armadas atores centrais. País afora, instalações militares serviram de abrigo a golpistas que clamavam por um golpe de Estado.   Apesar dessas serem áreas de segurança sob jurisdição das Forças, golpistas acampados contaram com sua complacência e mesmo sua participação no movimento, por meio de parentes, reservistas ou até militares da ativa em trajes civis. Depois, por ocasião do ataque às sedes dos três poderes em Brasília, o que viu foi complacência - ou até colaboração - de militares com golpistas. A Guarda Presidencial foi dispensada na véspera dos atos pelo Gabinete de Segurança Institucional, ainda coalhado de bolsonaristas indicados pelo Gal. Augusto Heleno.   No QG do Exército, a polícia do DF foi impedida por soldados de prender acampados, conforme determinação do ministro do STF, Alexandre de Moraes. No dia seguinte o presidente Lula apontou o dedo para os militares, acusando-os de passividade e afirma

A Intentona Bolsonaresca | com Jacqueline Sinhoretto & Rubens Glezer | 160

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O 8 de Janeiro de 2022 ficará marcado como o dia em que a base bolsonarista tentou um golpe de Estado, motivada pelas teorias da conspiração de seu líder. Milhares de pessoas invadiram e depredaram as sedes dos três poderes, destruindo o patrimônio físico, artístico e histórico. Tentaram também destruir a democracia, mas fracassaram nesse intento.   A reação institucional foi forte e rápida. O presidente Lula decretou a intervenção federal na segurança do Distrito Federal, depois confirmada pelo Congresso. O STF afastou o governador do DF por 90 dias. Depois, foi decretada a prisão do comandante da Polícia Militar do DF no dia da tentativa de golpe, assim como do então secretário de Segurança Pública, o bolsonarista Anderson Torres. O que explica o episódio? Como chegamos a esse ponto? Qual a responsabilidade das forças policiais? E como se pode analisar a atuação do Supremo Tribunal Federal nesse episódio? Para entender essas questões , este #ForadaPolíticaNãoháSalvação

A sociedade brasileira após Bolsonaro | com Angela Alonso | 159

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O Brasil é um país com uma tradição de violência política. Nela se inscrevem as recentes manifestações golpistas promovidas por bolsonaristas, inconformados com o resultado da eleição presidencial.   Elas são, contudo, apenas uma das manifestações atuais desse problema. A violência política encontrou em nossa sociedade, violenta, um terreno fértil para se desenvolver. E isso seguirá um traço distintivo de nosso país. O que vai ficar na sociedade brasileira depois das eleições e depois que assumir o novo governo, como herança destes anos bolsonarescos? Que tradição violenta é essa e que outros episódios de nossa história são manifestações dela? Para discutir esse tema, este #ForadaPolíticaNãoháSalvação recebe Angela Alonso, socióloga, professora do Departamento de Sociologia da USP e pesquisadora do CEBRAP, o Centro Brasileiro de Análise e Planejamento. Angela Alonso tem também uma coluna quinzenal na Folha de S. Paulo , na qual discute temas da conjuntura política e soci

O governo em construção | com Maria Rita Loureiro | 158

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À medida que dezembro avança, o governo eleito de Luís Inácio Lula da Silva ganha contornos mais definidos, com a definição de alguns ministros e mesmo de membros do segundo escalão.   Contudo, o caráter de frente ampla, que marcou a campanha eleitoral, não se revelou com a mesma nitidez na formação do ministério em seus passos iniciais. Lula definiu o núcleo central do governo com indicações para a Fazenda, Casa Civil, Justiça, Defesa e Relações Exteriores. Também vazou o nome da indicada para o Ministério da Cultura. Mas e o resto?   Em paralelo a esse processo, o governo eleito negocia com o Congresso já em final de mandato a aprovação de uma importante medida para assegurar seu funcionamento: a PEC da Transição. Tudo indica que a negociação da PEC afeta as decisões relativas ao ministério e posterga decisões importantes, como o lugar de Simone Tebet no novo governo e o quinhão de partidos aliados. Para entender esse proceso, este #ForadaPolíticaNãoháSalvação recebe

Futebol e Política | com José Paulo Florenzano | 157

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Em tempos de Copa do Mundo, muitos assuntos acabam sendo relacionados a ela e ao futebol – um deles, a política.   E há razões de sobra para isso. Jogadores, técnicos, dirigentes, jornalistas e outras pessoas ligadas ao mundo do futebol se posicionam politicamente. Grandes eventos esportivos, como Olimpíadas e Copas, são instrumentalizados politicamente por governos, sejam democráticos, como Brasil 2014 e 2016 (neste caso, Olimpíada) ou autoritários, como China 2010, Rússia 2018 e Catar 2022.   No Brasil, particularmente, há uma longa história de entrelaçamento entre esportes e política, especialmente no caso do futebol: a Copa de 1970, a Democracia Corinthiana, as Diretas Já. Mas há mais do que isso. Que papel têm os grandes atletas em seus posicionamentos políticos? Como avaliar, por exemplo, Pelé, Sócrates, Reinaldo ou Zico. E Neymar? Para discutir tais temas , este #ForadaPolíticaNãoháSalvação recebe o antropólogo José Paulo Florenzano, professor da PUC-SP e estudios