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Mostrando postagens com o rótulo Extrema Direita

O governo dos invertidos | publicado originalmente no Valor Econômico em 17.12.2020

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O governo dos invertidos O governo Bolsonaro não tem interesse no sucesso da vacinação contra a Covid-19; por isso, sabota-a todo o tempo Num dos episódios do ótimo podcast produzido pela Revista Piauí, “Retrato Narrado”, sobre a vida de Jair Bolsonaro, um dos amigos de juventude do atual presidente da República revela a forma como era conhecido quando garoto pelos amigos do Vale do Ribeira: invertido. O apelido se devia ao peculiar raciocínio do jovem Jair, na percepção dos conterrâneos. Pode-se dizer que essa lógica invertida o acompanhou ao longo da vida e, sem dúvida, caracteriza seu governo. E, se há uma área em que tal inversão se revela de forma cabal, é a política de saúde, ao lidar com a Covid-19. A lógica do governo sabota as suas próprias políticas Preocupado com os efeitos da doença sobre a economia, o presidente instou os brasileiros a não esmorecer, como fariam “maricas”. Em vez disso, conclamou todos a enfrentarem de peito aberto a “gripezinha”, continuando a trabalhar

A disputa na direita, com Lúcio Rennó | #110

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No intervalo de duas semanas, Sérgio Moro foi lançado pré-candidato à presidência pelo Podemos, o PSDB realizou suas prévias, definindo João Dória como seu postulante, e Jair Bolsonaro se filiou ao PL de Valdemar Costa Neto – além da bem menos ruidosa filiação de Rodrigo Pacheco ao PSD. Desse modo,  a direita política sacramentava quatro novos concorrentes à chefia de governo em 2022. Não são candidatos demais ? A candidatura de Rodrigo Pacheco não parece ser para valer, ao menos quanto às suas chances reais de embolar a disputa. Assim, as atenções se voltam para os outros postulantes, com destaque para a polarização entre Sérgio Moro e Jair Bolsonaro, ex-aliados. O presidente extremista e o ex-juiz justiceiro disputam entre si não apenas a liderança no campo direitista, mas também o protagonismo da condição de principal postulante anti-Lula – que por ora lidera todas as pesquisas de intenção de voto. João Dória, bem mais atrás nas pesquisas, corre por fora. Como compreender a natureza

O governo-moviemtno de Bolsonaro no exterior, artigo no blog do #FPNS na CartaCapital

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Reunião do G20 proporcionou síntese da gestão: isolamento, incompetência, desprezo, truculência, inadequação, cafonice e vexame Clique aqui para ler

Fascismo e nazismo no Brasil atual, com Michel Gherman | #104

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  Nas últimas semanas vêm crescendo as manifestações de caráter nazista no Brasil. Em Porto Alegre, um estudante de doutorado em filosofia da UFRGS atacou de forma racista um colega negro e outro judeu; manifestantes antivacina levaram à Câmara Municipal um cartaz com a suástica estampada, além de insultarem vereadoras negras. Antes disso, a reforma do piso do Parque da Redenção, em Porto Alegre, revelou desenhos que parecem ser suásticas, inclusive nas cores do nazismo - preto e vermelho. Em Pelotas, uma estudante de história da UFPEL celebrou seu aniversário com um bolo em que era estampada uma imagem de Adolf Hitler. A revista IstoÉ ilustrou sua capa retratando Jair Bolsonaro como Adolf Hitler, o que gerou a ira de bolsonaristas. A Advocacia Geral da União exigiu retratação da revista, sugerindo até uma nova capa; o ministro da Justiça decidiu instaurar um inquérito contra a revista. Finalmente, uma farta coleção de itens nazistas foi encontrada na residência de um homem acusado de

A tanatocracia de Bolsonaro cumpre suas promessas

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Meu artigo no blog do #ForadaPolíticaNãoháSalvação na Carta Capital , sobre o bolsonarismo como um movimento que busca a morte como projeto de poder e é, portanto, tanatocrático. Clique aqui para ler.

A Alemanha pós-Merkel, com Bruno Speck | #101

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Após 16 anos como chanceler, Angela Merkel decide deixar o cargo de primeira-ministra e não disputar as eleições. Com isto, abre-se a sua sucessão. Nas concorridas eleições de setembro de 2021, o Partido Social Democrata (SPD) conseguiu a primeira colocação, mas por uma diferença muito pequena em relação aos Democratas Cristãos (CDU/CSU). Ambos obtiveram cerca de um quarto das cadeiras no parlamento, insuficiente para a formação de um novo governo. Assim, tornou-se indispensável a construção de uma coalizão, como de costume. Contudo, desta vez, por conta da fragmentação partidária, não seriam possíveis coalizões de apenas dois partidos, sendo necessário compor a aliança com três sócios. Social Democratas ou Democratas Cristãos, dessa forma, terão de se aliar a Verdes e Liberais – ou quem sabe, reeditar as Grandes Coalizões entre SPD e CDU/CSU. Não bastasse tal complexidade, os partidos localizados nos polos mais extremos do espectro ideológico alemão (AfD na extrema-direita, Die Linke

A extrema-direita e os trabalhadores, com Rosana Pinheiro Machado | #100

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O que explica que estratos sociais que prosperaram durante governos de esquerda apoiem políticos de extrema-direita, com Jair Bolsonaro, Rodrigo Duterte ou Narendra Modi? No Brasil, em especial, grande contingente de pessoas emergiu das assim chamadas classes D e E para a C, elevando seu padrão de consumo e de qualidade de vida, mas renegou o PT, apoiando Bolsonaro em 2018. Muitos desses brasileiros, trabalhadores (muitos deles informais) emergentes durante os anos petistas, seguiram fiéis a Bolsonaro durante seu governo, apesar dos diversos problemas enfrentados. Fenômeno similar é notado noutros países do Sul Global, como Filipinas e Índia. Aí, o populismo de ultradireita ganha força não só pelas razões negativas normalmente identificadas no Norte Global (ressentimento, nostalgia, raiva), mas também por uma identificação positiva com a agenda desses lideres. Para tentar compreender esse fenômeno este #ForadaPolíticaNãoháSalvação #100 convidou Rosana Pinheiro Machado, antropóloga e pr

Bolsonaro no país das fantasias | Coluna na CartaCapital

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  Bolsonaro no país das fantasias 'Ele jamais desaponta quem espera dele apenas o que ele é e sempre foi em sua trajetória na política: um boçal alucinado e truculento' Leia no blog do #ForadaPolíticaNãoháSalvação na CartaCapital Para ler, clique aqui.

Bolsonarismo: populismo ou fascismo? Com Fabio Gentile | #99

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  Que Jair Bolsonaro é autoritário não há dúvidas, não só pelos seus elogios à ditadura militar e a torturadores, mas pelos seus atos na Presidência da República. Ataca outros poderes, afronta governadores e prefeitos, mobiliza suas hordas para que clamem por ruptura institucional e destituição de seus adversários – ou, para ele, inimigos. Diz que as Forças Armadas são "suas", assim como dá à Constituição a interpretação que lhe convém, questionando o papel do STF como corte constitucional, à qual cabe a interpretação última das normas. Absolutista e avesso a limites, Bolsonaro só considera como povo aqueles que o apoiam e seguem, aqueles que ele mobiliza em atos golpistas e antidemocráticos. No discurso bolsonarista, quem lhe é crítico ou insubmisso é contrário ao "povo" e ao país. Seria ele apenas mais um populista autoritário, ou – tendo em vista seu culto à violência, seu irracionalismo e seu culto à morte – seria ele um fascista? Para discutir esta questão este