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Polarização, status, ressentimento | com David Samuels & Fernando Barros de Mello | 218

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Num processo deflagrado nas eleições presidenciais de 1989, o Partido dos Trabalhadores se converteu no principal balizador das disputas eleitorais nacionais brasileiras. Parcelas significativas do eleitorado passaram a se definir como petistas ou antipetistas ao longo dos anos. Isso se aprofundou durante os dois governos do PSDB, quando Fernando Henrique Cardoso governou o país sofrendo forte oposição do PT, e mais ainda a partir de 2003, quando Lula tomou posse na presidência e passou a implementar políticas públicas que alteraram significativamente as hierarquias sociais no Brasil. A partir desse momento, políticas redistributivas e de ação afirmativa permitiram aos eleitores identificar no petismo algo a ser apreciado ou rechaçado. Com a emergência da extrema-direita bolsonarista essa polarização atingiu seu ápice, sobretudo por dar vazão ao ressentimento de camadas sociais que perceberam uma perda de seu status social com as mudanças produzidas na era petista. Bolsonaro foi o desa

De Bolsonaro a Lula III | com Antonio Lavareda | 208

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Muito se fala da polarização radicalizada que vivemos no Brasil - assim como em outras democracias do mundo. Em nosso caso, tal polarização cresceu de 2013 em diante, foi impulsionada pelo lavajatismo e aprofundada pelo quadriênio bolsonarista. Ao analisar esse processo, contudo, é preciso ter cautela e analisar a realidade levando em conta as diferenças entre os polos. A polarização se constitui por uma extrema-direita, encarnada pelo bolsonarismo, mas não há uma extrema-esquerda em contraposição. Trata-se, portanto, de uma polarização assimétrica. De que forma o país se encontra hoje, mais de um ano após as eleições e com o terceiro governo Lula quase completando seu primeiro aniversário? A polarização se radicalizou ainda mais, ou há dados que nos possam indicar o contrário? Temos motivos para sermos otimistas, ou o pessimismo é inevitável diante das evidências? Para discutir tais temas, o #ForadaPolíticaNãoháSalvação, em seu último episódio do ano de 2023, recebe o cientista políti

Biografia do Abismo | com Felipe Nunes & Thomas Traumann | 207

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Em todas as democracias há polarização política. O discurso de "nós contra eles" é esperado nas disputas eleitorais e no embate entre governo e oposição. Contudo, qual o limite para isso sem que se estiole o próprio jogo democrático?   Durante os anos da polarização PT-PSDB no Brasil, os limites foram por muito tempo delimitados pela lógica da competição entre adversários, não inimigos. Isso começou a desandar na contestação de Aécio Neves ao resultado das urnas em 2014 e na batalha que culminou no impeachment de Dilma Rousseff em 2016. Mas isso ainda era café pequeno perto do que viria a ser a polarização do petismo com o bolsonarismo – uma polarização assimétrica, diga-se. Afinal, enquanto o PT ocupa o lugar de uma esquerda democrática, o bolsonarismo lidera a extrema-direita no Brasil.   A partir daí, as posições políticas se calcificam e os adversários dão lugar a inimigos a serem extirpados. Eleições passam a ser atos identitários e o julgamento sobre políticas públicas

Que presidencialismo é esse? | com Andréa Freitas | 181

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Não vem sendo nada fácil a vida do governo Lula em sua relação com o Congresso Nacional. Diante da legislatura mais à direita desde a redemocratização e uma presidência da Câmara que capturou a coordenação antes a cargo dos líderes partidários, o Poder Executivo tem sido vítima de uma verdadeira extorsão nas negociações.   Isso dificulta a construção de uma base parlamentar, aumenta o custo das concessões políticas e cria riscos sérios para a governabilidade. Afinal, que presidencialismo é esse em que opera o governo Lula III? Que mudanças ocorreram para produzir tal cenário? O que as causou?   Para discutir tais temas, este #ForadaPolíticaNãoháSalvação recebe a cientista política Andréa Freitas, professora da Universidade de Campinas, onde integra o Centro de Estudos de Opinião Pública (CESOP). Andréa Freitas é também e pesquisadora do CEBRAP (Centro Brasileiro de Análise e Planejamento). Ela é uma das mais destacadas estudiosas das relações Executivo-Legislativo no Bra

Operação Impeachment | com Fernando Limongi | Segunda Parte | 178

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O que causa um impeachment? Ou, mais especificamente, o que causou o impeachment de Dilma Rousseff? Foi o "povo nas ruas"? Foi uma reação de elites retrógradas contra políticas progressistas? Ou foi outra coisa?   Segundo Fernando Limongi em seu novo livro, "Operação Impeachment: Dilma Rousseff e o Brasil da Lava Jato", a causa principal foi a implosão da coalizão governamental e o impulso dado a ela pela Operação Lava Jato.   ⁠Eis o tema deste⁠ #ForadaPolíticaNãoháSalvação especial, composto de dois episódios. Esta é a segunda parte, dando continuidade ao episódio da semana anterior. Fernando Limongi é cientista político, professor aposentado do Departamento de Ciência Política da USP e professor da Escola de Economia de São Paulo da FGV. É também docente do programa de pós-graduação em ciência política da USP e pesquisador do CEBRAP. As músicas deste episódio são "The Receiver" do Letter Box e "Mission Dub" do TrackTribe. Le