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Mostrando postagens com o rótulo Política Brasileira

A maconha e outras drogas | com Thiago Rodrigues | 234

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Em 26 de junho de 2024 o Supremo Tribunal Federal descriminalizou o porte de maconha para uso pessoal, fixando a quantidade de 40 gramas da erva como o limiar para distinguir usuários de traficantes. Com isso, o porte da droga deixa de ser caracterizado como um ilícito penal para se tornar um ilícito administrativo. Portanto, o porte e uso da maconha seguem ilegais, mas deixam de ser crimes, segundo a decisão tomada pelo STF por 6 votos a 3. Entretanto, no Congresso Nacional já se articula uma reação à Suprema Corte. O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG) é autor de proposta de emenda constitucional que criminaliza o porte de qualquer quantidade de droga. A medida foi aprovada pelos senadores e segue para apreciação pela Câmara dos Deputados. A decisão judicial também produziu um rebuliço nas hostes conservadoras e da extrema-direita, que se articulam para derrubá-la. Há um dado curioso da decisão, que é o fato dela só se aplicar à maconha, deixando de lado outras drogas. Mas

Por que a democracia brasileira não morreu? | com Marcus André Melo & Carlos Pereira | 233

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Desde o final dos anos 1990, diversas democracias mundo afora entraram em processo de declínio, ou ao menos de captura por lideranças, movimentos ou partidos populistas, autoritários e iliberais. O primeiro caso foi o da Venezuela, que sucumbiu ao chavismo e viu erodir pouco a pouco sua até então longeva democracia (estabelecida pelo Pacto de Punto Fijo no final dos anos 1950). Tratava-se de um regime democrático repleto de problemas e oligarquizada, mas ainda assim, democrático. Deixou de sê-lo com a ascensão de Chávez ao poder. O autoritarismo populista ganhou terreno também em alguns países europeus como Turquia, Hungria e Polônia, seja pondo termo a jovens democracias estabelecidas em países com longa tradição autoritária, seja ao menos piorando significativamente a qualidade desses regimes. A onda populista autoritária chegou aos Estados Unidos com Donald Trump (que agora ameaça retornar ao poder), aprofundando uma tendência já verificada em estudos acadêmicos sobre a democracia:

Negacionismo | com José Szwako & Lorena Fleury | 229

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A pandemia da Covid-19 se fez acompanhar de uma grande onda de negacionismo. Havia os que negavam a existência da doença, sua gravidade ou as formas cientificamente embasadas para combatê-la. Para justificar a negação, apresentavam pretensas evidências anedóticas, achismos, informação distorcida, teorias da conspiração e supostos achados alternativos aos do consenso científico dominante. A pandemia, contudo, não foi caso isolado. O negacionismo aparece em muitas outras situações, como na maneira como se lida com o problema das mudanças climáticas e do aquecimento global. Negacionistas afirmam que tais transformações não estão ocorrendo, ou que, embora estejam a acontecer, não decorrem da ação humana, mas de causas naturais como, por exemplo, os vulcões. Outros afirmam – apelando ao conspiracionismo – que tudo se trataria de uma invenção do "climatismo", uma faceta do "globalismo". No Brasil, o negacionismo climático ganhou proeminência após a catástrofe ambiental no

Fake News em meio ao dilúvio | com Letícia Cesarino | 227

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Não bastasse a catástrofe climática que se abateu sobre o Rio Grande do Sul, uma nova enxurrada adveio: a de notícias falsas, desinformação. Seus produtores e difusores, como de costume, são a extrema-direita bolsonarista. Deputados, senadores, influenciadores digitais e simpatizantes se dedicaram a criar e espalhar mentiras relacionadas ao desastre das inundações. Tais fake news têm prejudicado os trabalhos daqueles empenhados em mitigar os danos causados pelas inundações e socorrer a população atingida. Membros das Forças Armadas são alvo de chacota e acusações infundadas. O governo federal e seus membros são apontados como omissos, apesar de terem se envolvido desde o início. Qual o interesse por trás desse tipo de prática, que já se observou durante a pandemia e nas eleições? Por que as fake news e teorias da conspiração se espalham tão rapidamente e são tão efetivas? Qual o impacto disso para a democracia? Para tratar desses temas  o #ForadaPolíticaNãoháSalvação recebe a antropólo