Sobre apostas, filhos e ministros (Coluna publicada no Valor Econômico em 17.03.2021) Troca na Saúde é último blefe de Bolsonaro, que faz política não como investidor racional, mas como jogador inveterado Jair Bolsonaro parece tomar novas atitudes em relação à pandemia, em reação a eventos incômodos decorrentes de suas próprias escolhas anteriores. A mais importante é a própria condução da política sanitária, se é que pode ser chamada assim. Não é muito fácil compreender a lógica das decisões de Bolsonaro para lidar com tal problema. Racionalmente faria sentido investir desde o início em medidas de contenção do contágio e, depois disso, na vacinação, assegurando o mais rapidamente possível a chamada “imunidade de rebanho”, permitindo a retomada da vida normal e, com ela, da economia. Bolsonaro, porém, não é um investidor, mas um apostador. Por isso optou desde o princípio por sabotar as medidas de isolamento social, repudiar as vacinas e apostar na promoção de medicamentos sem eficác