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Mostrando postagens com o rótulo Política Brasileira

Os 'patriotas' antes e depois do 8 de Janeiro | com Jonas Medeiros | 209

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Como se comportava a militância de extrema-direita no Brasil antes do 8 de Janeiro? E como passou a se comportar depois? Quais símbolos e quais ideias-guia orientaram e orientam esse militância? É possível observar mudanças importantes na tática e nas ideias que orientam esse setor da sociedade politicamente mobilizado. Tais mudanças têm efeitos importantes na ativação e no modo de atuar desses segmentos. Essas mudanças, aliás, deixam claro que se trata de um setor social politicamente mobilizado que não é meramente caudatário de lideranças extremistas, como a família Bolsonaro. Os militantes concebem e desenvolvem suas próprias interpretações acerca de como agir em cada conjuntura; mudam suas posições e o julgamento que fazem dos atores a depender do que observam e dos objetivos atingidos ou frustrados. Um dos exemplos importantes de mudança é a forma como os 'patriotas' se veem as Forças Armadas, percebidas num momento como redentoras e noutro como traidoras. Para discutir ta

De Bolsonaro a Lula III | com Antonio Lavareda | 208

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Muito se fala da polarização radicalizada que vivemos no Brasil - assim como em outras democracias do mundo. Em nosso caso, tal polarização cresceu de 2013 em diante, foi impulsionada pelo lavajatismo e aprofundada pelo quadriênio bolsonarista. Ao analisar esse processo, contudo, é preciso ter cautela e analisar a realidade levando em conta as diferenças entre os polos. A polarização se constitui por uma extrema-direita, encarnada pelo bolsonarismo, mas não há uma extrema-esquerda em contraposição. Trata-se, portanto, de uma polarização assimétrica. De que forma o país se encontra hoje, mais de um ano após as eleições e com o terceiro governo Lula quase completando seu primeiro aniversário? A polarização se radicalizou ainda mais, ou há dados que nos possam indicar o contrário? Temos motivos para sermos otimistas, ou o pessimismo é inevitável diante das evidências? Para discutir tais temas, o #ForadaPolíticaNãoháSalvação, em seu último episódio do ano de 2023, recebe o cientista políti

Biografia do Abismo | com Felipe Nunes & Thomas Traumann | 207

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Em todas as democracias há polarização política. O discurso de "nós contra eles" é esperado nas disputas eleitorais e no embate entre governo e oposição. Contudo, qual o limite para isso sem que se estiole o próprio jogo democrático?   Durante os anos da polarização PT-PSDB no Brasil, os limites foram por muito tempo delimitados pela lógica da competição entre adversários, não inimigos. Isso começou a desandar na contestação de Aécio Neves ao resultado das urnas em 2014 e na batalha que culminou no impeachment de Dilma Rousseff em 2016. Mas isso ainda era café pequeno perto do que viria a ser a polarização do petismo com o bolsonarismo – uma polarização assimétrica, diga-se. Afinal, enquanto o PT ocupa o lugar de uma esquerda democrática, o bolsonarismo lidera a extrema-direita no Brasil.   A partir daí, as posições políticas se calcificam e os adversários dão lugar a inimigos a serem extirpados. Eleições passam a ser atos identitários e o julgamento sobre políticas públicas

O STF e o tabuleiro político | com Marjorie Marona | 205

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Após uma longa espera, finalmente o presidente Lula indicou os nomes para substituir Augusto Aras na Procuradoria Geral da República e Rosa Weber no Supremo Tribunal Federal.   Desde o começo ficava claro que Lula dificilmente levaria em conta critérios de representatividade social nessas duas indicações, cedendo às pressões de setores da sociedade que reivindicavam outra mulher para o lugar de Rosa Weber, preferencialmente negra. No caso da PGR essa demanda foi mais fraca e a expectativa estava mais relacionada à importância de substituir um inepto como Aras por alguém que ao menos cumprisse os deveres funcionais atinentes ao chefe do Ministério Público Federal. Lula optou por nomes que lhe inspirassem confiança política e lhe assegurassem canais de diálogo com figuras poderosas dentro e fora do STF. Por isso, optou por seu ministro da Justiça, Flávio Dino, para o STF e, para a PGR, escolheu Paulo Gonet, homem da confiança dos ministros Gilmar Mendes e Alexandre de Mora

A questão racial no Brasil: há o que celebrar? | com Luiz Augusto Campos | 203

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Em 20 de novembro o Brasil celebra nacionalmente o Dia da Consciência Negra. No país que mais tardiamente aboliu a escravidão, onde desigualdades raciais são abissais, tanto econômica como socialmente e nos direitos humanos, há o que celebrar? Devemos ser otimistas ou pessimistas? Nos últimos anos, diversas políticas têm sido adotadas para mitigar o problema. É o caso das cotas raciais no ensino superior e no serviço público. Também no âmbito empresarial há iniciativas voltadas ao aumento da diversidade racial e de gênero, um novo mantra do discurso corporativo. Qual o alcance dessas medidas? Elas de fato alteram o cenário das relações raciais no Brasil, ou atingem apenas pequena parcela da população, em particular no alto da hierarquia social? É preciso lembrar também que a população negra é a mais vitimada pela violência de um modo geral e pela violência estatal, em particular. As polícias matam mais negros, a despeito do paradoxo de serem as corporações estatais com maior participaç