Postagens

Lula & Alckmin, com Maria do Socorro Braga & Carlos Ranulfo Melo | #111

Imagem
Com a corrida para as eleições de 2022 a toda, aumentam as movimentações dos pré-candidatos e as especulações sobre o que vem por aí. Um dos elementos novos é a possibilidade de uma chapa Lula-Alckmin para a disputa presidencial. Com isso, os ex-adversários se tornariam aliados, dando um colorido inesperado às alianças eleitorais. Para Lula e o PT, a aproximação com Alckmin significa uma clara inflexão ao centro e uma demonstração de moderação política – afastando a ideia dos "dois extremos". Para Alckmin é uma oportunidade de retomar papel importante na política nacional após a dolorida derrota de 2018, quando ficou apenas no quarto lugar e obteve menos de 5% dos votos – o pior desempenho de um candidato tucano na história.  Essa movimentação, contudo, é apenas a face mais vistosa de uma agitada movimentação partidária, inclusive rumo à constituição de Federações de Partidos. Para analisar todo esse cenário, o #ForadaPolíticaNãoháSalvação  recebe dois cientistas políticos de

A disputa na direita, com Lúcio Rennó | #110

Imagem
No intervalo de duas semanas, Sérgio Moro foi lançado pré-candidato à presidência pelo Podemos, o PSDB realizou suas prévias, definindo João Dória como seu postulante, e Jair Bolsonaro se filiou ao PL de Valdemar Costa Neto – além da bem menos ruidosa filiação de Rodrigo Pacheco ao PSD. Desse modo,  a direita política sacramentava quatro novos concorrentes à chefia de governo em 2022. Não são candidatos demais ? A candidatura de Rodrigo Pacheco não parece ser para valer, ao menos quanto às suas chances reais de embolar a disputa. Assim, as atenções se voltam para os outros postulantes, com destaque para a polarização entre Sérgio Moro e Jair Bolsonaro, ex-aliados. O presidente extremista e o ex-juiz justiceiro disputam entre si não apenas a liderança no campo direitista, mas também o protagonismo da condição de principal postulante anti-Lula – que por ora lidera todas as pesquisas de intenção de voto. João Dória, bem mais atrás nas pesquisas, corre por fora. Como compreender a natureza

O que será do PSDB? Com Soraia Marcelino Vieira | #109

Imagem
Em meio às suas prévias para definir o pré-candidato presidencial do partido, o PSDB vive uma grave crise. Em vez de unificar a agremiação, a disputa interna produz seu esfacelamento. Duros ataques pessoais, acusações de fraude e, como se não bastasse, dificuldades técnicas que impediram que as prévias ocorressem na data prevista, produzindo um vexame. O PSDB, que já foi um dos dois principais partidos do país, seja no governo, seja liderando a oposição, parece ingressar em seu ocaso. Diante da tentativa do governador de São Paulo, João Dória, de se apropriar da agremiação, as prévias foram organizadas como uma reação daqueles que não desejam se vergar a seu domínio. Contudo, isso funcionará? Ou simplesmente produzirá um insuperável cisma interno, que pode levar à defecção de alas do partido, ou à cristianização de seu candidato presidencial? E o PSDB de hoje, em que medida se afastou do partido original, fundado ainda durante a Constituinte, por lideranças que tiveram papel de protago

Por que há resistência em reconhecer o autoritarismo em Cuba, Nicarágua e Venezuela? publicado no blog do #FPNS na CartaCapital

Imagem
A razão está numa dificuldade que não é exclusiva de Lula ou do PT, mas compartilhada por grande parte da esquerda democrática mundo afora. Leia no blog do #FPNS na CartaCapital

O orçamento secreto e outros segredos, com Élida Graziane Pinto | #108

Imagem
Na montagem de sua base de sustentação no Congresso, o governo Bolsonaro inovou retrocedendo no tempo. Passou por cima de mudanças constitucionais recentes, que tornam impositivas e igualitárias as emendas orçamentárias dos congressistas, hipertrofiando as emendas de relator – originalmente pensadas para fazer pequenas correções na lei – e as tornando um instrumento de cooptação de legisladores selecionados. Pior do que isso, esses gastos são opacos e impedem que os órgãos de controle e a sociedade entendam como são feitos os gastos públicos. É mais um tijolinho de opacidade acrescido ao grande muro intransparente construído pelo governo Bolsonaro e seus aliados no Congresso. Como era de se esperar, essa questão foi levada à justiça, e a ministra Rosa Weber, do Supremo Tribunal Federal, determinou a interrupção dos gastos com as emendas de relator e a publicização daqueles que já foram feitos. O plenário do tribunal lhe deu razão. Contudo, os segredos da política orçamentária brasileir

A Lava Jato vai às urnas, com Fábio de Sá e Silva | #107

Imagem
Sérgio Moro, depois de prender e tirar da disputa de 2018 o ex-presidente Lula, então favorito, abandonou a magistratura e ingressou no governo do principal beneficiário de suas decisões, Jair Bolsonaro. Sua passagem no governo foi atribulada quanto efêmera: já no início do segundo ano de mandato, rompeu com Bolsonaro e saiu fazendo sérias acusações de tentativa de interferência da Polícia Federal por parte do presidente da República. Saindo da magistratura para a política partidária, Moro tinha dois caminhos diante de si: trabalhar no setor privado, ou entrar de vez na política partidária, disputando eleições. Optou pela segunda alternativa. Em 10 de novembro de 2021, com pompa e circunstância, filiou-se ao Podemos, partido liderado pelo senador paranaense conservador, Álvaro Dias. E, nesse mesmo ato, lançou-se pré-candidato à Presidência, já aparecendo como terceiro colocado em algumas pesquisas. Tão logo foi anunciado o ingresso de Moro no Podemos, seu fiel escudeiro na Lava Jato, o