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Mostrando postagens com o rótulo Democracia

A democracia desafiada | com Marco Aurélio Nogueira | 197

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O regime democrático tem enfrentado desafios sérios por todo o planeta. A ojeriza aos políticos e à política, a percepção negativa acerca das instituições, a polarização radicalizada e o populismo têm minado a democracia de diversos países, corroendo-a por dentro.   Não se trata, portanto, apenas de desafios triviais, que a democracia ou qualquer regime enfrentariam em decorrência de seu funcionamento habitual. Trata-se, na realidade, de ameaças existenciais ao regime, que corre o risco de soçobrar.   O que explica a emergência desses desafios? As democracias contemporâneas sobreviverão? Se sim, de que modo? Para discutir tais questões , este #ForadaPolíticaNãohaSalvação recebe o cientista político Marco Aurélio Nogueira, professor titular aposentado da Unesp e autor de diversas obras, dentre elas o récem-lançado livro "A democracia desafiada: recompor a política para um futuro incerto" , publicado pela Ateliê de Humanidades Editorial. As músicas deste episódio

O 8 de Janeiro no banco dos réus | com Rubens Glezer | 194

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Na segunda semana de setembro de 2023 o STF iniciou o julgamento dos primeiros réus pela tentativa de golpe de Estado da intentona bolsonaresca de 8 de Janeiro. As primeiras condenações foram duras: 14 anos para um réu e 17 anos para outros dois. Foi fixado o parâmetro das próximas decisões da Suprema Corte.   O desempenho dos advogados foi patético, com performances vergonhosas e direito até mesmo a gafes decorrentes de pseudo-erudição.   Um dos defensores, desembargador aposentado, afirmou que os ministros do Supremo eram as pessoas mais odiadas do país. Uma advogada chorou e afirmou que seu cliente é alguém que não sabe o que diz. Outro confundiu O Príncipe de Maquiavel com o Pequeno Príncipe de Saint-Exupéry. Todos foram esculhambados pelo ministro Alexandre de Moraes. Qual o significado desse julgamento para a democracia brasileira? O STF está se excedendo em sua tentativa de defender o Estado de Direito dos ataques da extrema-direita bolsonarista? Para discutir tai

De quem é o 7 de Setembro? | com David Nemer | 193

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Durante o mandato de Jair Bolsonaro, a data de 7 Setembro, dia da Independência do Brasil, foi apropriada partidariamente pelo chefe de governo, convertendo-se num momento de autopromoção do presidente de turno.   Em seu embate com a institucionalidade democrática e na captura de partes do Estado brasileiro, Bolsonaro fez das comemorações oportunidades para atrelar as Forças Armadas a seu projeto político e incitar seus seguidores a investir de forma golpista contra o Poder Judiciário. Com Lula na Presidência e ainda mais após a Intentona bolsonarista do 8 de janeiro, criou-se uma grande expectativa sobre o andamento das celebrações da Independência. Como o novo presidente lidaria com os militares nessa ocasião? Como se comportariam os bolsonaristas?   Num discurso na véspera do 7 de Setembro, Lula apontou a importância de que as celebrações fossem uma oportunidade de reforçar a democracia, a soberania e a união do país. A festa procurou de fato se revestir desse clima.

Extrema-Direita avança na Argentina | com Vicente Palermo | 190

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Em 13 de agosto a Argentina realizou suas eleições Primárias Abertas Simultâneas e Obrigatórias (PASO). Embora ninguém se eleja nessa disputa, as chapas definem quem serão seus candidatos. Ademais, mede-se o pulso das preferências populares. A grande surpresa foi o bom desempenho de Javier Milei, candidato de ultradireita pela frente "La Libertad Avanza" (30%). Ele superou a direita mais tradicional, representada pela chapa "Juntos por El Cámbio" (28,3%), que sagrou como candidata Patricia Bullrich. Em terceiro lugar ficaram os peronistas da "Unión por la Pátria" (27,3%), encabeçada pelo ministro da economia, Sergio Massa.   O mais votado apresenta propostas radicais, como extinguir diversos ministérios, abolir o Banco Central, dolarizar a economia e revogar o artigo da Constituição que consagra direitos fundamentais.   As bizarrices de Javier Milei, contudo, não param por aí. O candidato, que se autodefine como anarcocapitalista, defende a v

Junho de 2013 dez anos depois | com Breno Bringel | 182

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Completa-se uma década das jornadas de junho de 2013. Desde então, muita coisa se transformou na política brasileira, inclusive com a ocorrência de uma série de crises, deflagrada naquela explosão das ruas. Iniciadas como um movimento de reivindicação por melhorias na mobilidade urbana – o que incluía a gratuidade do transporte público –, logo as jornadas se ampliaram e difundiram.   Espalharam-se não só pelo país, como atraíram novos setores sociais e políticos, inimagináveis no princípio das manifestações. À esquerda protagonizada inicialmente pelo Movimento Passe Livre (MPL), seguiu-se uma nova direita, radicalizada. Seria então possível dizer que o MPL pariu o MBL? Ou, na verdade, o processo deve ser entendido de outra forma? Qual o sentido de junho de 2013 à época? Qual seu legado e sua importância para o que veio depois? Para discutir tais temas este #ForadaPolíticaNãoháSalvação recebe o sociólogo Breno Bringel, professor e pesquisador do IESP da UERJ, estudioso

O partido contra o governo | com Pedro Floriano Ribeiro | 173

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Desde o início do terceiro governo Lula, ou mesmo antes dele começar, são tensas as relações entre a direção partidária do PT e membros da equipe governamental. Antes da formação do ministério, dirigentes vetaram alguns nomes cogitados para compor a equipe. Depois, outros tiveram suas cabeças pedidas – como o titular das Comunicações, Juscelino Filho.   Contudo, nada expressa melhor o atrito do que as críticas da presidente do partido, Gleisi Hoffmann, a políticas preconizadas pelo titular da Fazenda, Fernando Haddad.   Nisso, a atual presidente do PT repete um padrão já visto em administrações da legenda, desde seus primórdios na prefeitura de Diadema, conquistada há quarenta anos por Gilson Menezes. O que explica a relação sempre tensa entre as instâncias partidárias e os governos do partido? É o PT, sob tal aspecto, diferente de outras agremiações? Para discutir o tema, este #ForadaPolíticaNãoháSalvação recebe Pedro Floriano Ribeiro, cientista político, professor da p