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Mostrando postagens com o rótulo Segurança Pública

Crime organizado e violência estatal | com Daniel Hirata | 200

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Uma nova explosão de violência no Rio de Janeiro chama a atenção do país para a crise da segurança pública, não só no Rio, mas em todo o país. O Rio tem suas especificidades: o domínio territorial das milícias, a disputa de regiões da área metropolitana entre diferentes facções, a força dos milicianos no sistema político. Noutros estados, alguns desses problemas se repetem: a violência policial, a inépcia na atuação dos órgãos de controle, o discurso demagógico da truculência policial como solução simples para o complexo problema da criminalidade. Não a toa, o governo federal se vê instado a agir e a mudar suas diretrizes nessa área, inclusive com a possível recriação de um ministério da Segurança Pública. Para entender esse cenário intricado , o #ForadaPolíticaNãoháSalvação recebe o sociólogo Daniel Hirata, professor da Universidade Federal Fluminense (UFF) e estudioso das políticas de segurança pública, do crime organizado e da violência urbana. Hirata é também pesquisador do  Núcleo

Marielle, polícias e milícias | com Bruno Paes Manso | 188

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Após cinco anos de uma arrastada investigação sobre o assassinato de Marielle Franco e Anderson Gomes, finalmente há descobertas significativas.   Com a delação de Élcio Queiroz, motorista que conduziu o atirador, abre-se uma nova fase das investigações, que chegam mais perto do que nunca dos mandantes. Contudo, algumas revelações mostram que a leniência das autoridades fluminenses prejudicou a resolução do crime.    O miliciano Edmilson Silva, o Macalé, apontado como intermediário entre mandantes e o executor , otambém miliciano Ronnie Lessa, foi assassinado no meio da rua em 2021, no que pode ter sido uma queima de arquivo. A quem interessava matar Marielle? Qual o papel das polícias do Rio de Janeiro (tanto a militar como civil) não apenas nesta investigação, mas no funcionamento do crime organizado naquele estado? Uma PM violenta é mais propícia a produzir milicianos? Quão decisiva foi a entrada na Polícia Federal na investigação? Para discutir tais temas , este #Fo

O quadro da violência no Brasil | com Samira Bueno | 187

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O Brasil figura entre os países mais violentos do mundo sob diversos aspectos: letalidade policial, estupros, maltratos a crianças, homicídios e feminicídios, para mencionar apenas alguns dos principais tópicos.   Anualmente o Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP) produz o "Anuário Brasileiro de Segurança Pública", um riquíssimo compilado de dados referentes à violência e às políticas políticas públicas de segurança.   Em sua edição de 2023 o Anuário mostrou uma redução das mortes violentas intencionais, com uma queda acentuada no Nordeste. Por outro lado, cresceram todas as formas de violência doméstica, bem como aquelas contra mulheres e crianças. Os estupros atingiram os maiores números históricos. Para analisar o significado desses e de outros dados, este #ForadaPolíticaNãoháSalvação recebe a socióloga e administradora pública Samira Bueno, diretora executiva do FBSP, coordenadora e coautora do Anuário. As músicas deste episódio são "Germ Warf

A Política do Crime | com Camila Nunes Dias | 170

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Março de 2023 foi marcado por situações envolvendo algumas das chamadas "facções criminosas" atuantes no Brasil: o PCC (nascido em São Paulo e nacionalizado) e o potiguar Sindicato do Crime. Junto a facções como o Comando Vermelho, a Família do Norte, os Amigos dos Amigos, dentre outras, elas compõem o cenário das grandes articulações de criminosos operantes no país.   Para além das atividades delituosas no sentido estrito (tráfico de drogas e armas, assaltos etc.), tais grupos atuam como "entidades de classe", pautando reivindicações mediante rebeliões e ataques. Qual a lógica dessa "política do crime"? O que explica o surgimento e a atuação desses grupos criminosos com seus diferentes graus de organização? Para discutir tais temas, este #ForadaPolíticaNãoháSalvação recebe Camila Nunes Dias, socióloga e professora da Universidade Federal do ABC, integrando seu Programa de Pós-Graduação em Ciências Humanas e Sociais . Camila Dias é também pes

A democracia ameaçada, com Maria Hermínia Tavares de Almeida - #97

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Em guerra contra os outros Poderes – em especial o Judiciário –, governos subnacionais e imprensa, Jair Bolsonaro convoca inflamadamente seus apoiadores para um 7 de Setembro Fascista. O propósito dos atos, para os quais uma imensa e intensa mobilização se produziu nas hostes bolsonaristas, é atacar os limites democráticos ao exercício do poder autocrático pelo presidente da República. Bolsonaro não aceita quaisquer limites ou contrariedades que possam, legitimamente, ser-lhe impostos pelo Judiciário, pelo Legislativo, pelos governos subnacionais ou pela imprensa independente. Não à toa, anunciou a seus apoiadores que o 7 de Setembro Fascista será um "ultimato" aos ministros do STF que ousam lhe contrariar – Luís Roberto Barroso e Alexandre de Moraes. Não bastasse, Bolsonaro também tem insistido na participação de membros das forças de segurança, em especial as polícias, nas manifestações antidemocráticas marcadas para o dia da Independência. Que riscos efetivamente isso repr

A politização das polícias, com Jacqueline Muniz - #96 (segunda parte)

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Em 2021 o mês de agosto fez jus à fama funesta que lhe acompanha – ao menos em parte. Enquanto Jair Bolsonaro radicalizava cada vez mais no enfrentamento com os outros Poderes, especialmente com o Judiciário, seus seguidores elevavam cada vez mais o tom do discurso. Enquanto o cantor sertanejo Sérgio Reis bradava pela intimação do Congresso para que acatasse na íntegra a pauta bolsonarista, sob pena do uso da violência contra os juízes do STF, membros das forças policiais arreganhavam os dentes e conclamavam seus colegas para a ação. Uma manifestação foi convocada por Jair Bolsonaro e seus seguidores para o dia 7 de setembro, ocupando uma data que nos últimos anos tem sido marcada pela "Marcha dos Excluídos", liderada por organizações sociais à esquerda. Essa manifestação tem o propósito de acossar não só opositores do governo, mas também lideranças do Legislativo e do Judiciário que resistem em simplesmente se curvar aos caprichos do "mito". A maior preocupação em