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Mostrando postagens com o rótulo Violência

A Política do Crime | com Camila Nunes Dias | 170

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Março de 2023 foi marcado por situações envolvendo algumas das chamadas "facções criminosas" atuantes no Brasil: o PCC (nascido em São Paulo e nacionalizado) e o potiguar Sindicato do Crime. Junto a facções como o Comando Vermelho, a Família do Norte, os Amigos dos Amigos, dentre outras, elas compõem o cenário das grandes articulações de criminosos operantes no país.   Para além das atividades delituosas no sentido estrito (tráfico de drogas e armas, assaltos etc.), tais grupos atuam como "entidades de classe", pautando reivindicações mediante rebeliões e ataques. Qual a lógica dessa "política do crime"? O que explica o surgimento e a atuação desses grupos criminosos com seus diferentes graus de organização? Para discutir tais temas, este #ForadaPolíticaNãoháSalvação recebe Camila Nunes Dias, socióloga e professora da Universidade Federal do ABC, integrando seu Programa de Pós-Graduação em Ciências Humanas e Sociais . Camila Dias é também pes

A sociedade brasileira após Bolsonaro | com Angela Alonso | 159

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O Brasil é um país com uma tradição de violência política. Nela se inscrevem as recentes manifestações golpistas promovidas por bolsonaristas, inconformados com o resultado da eleição presidencial.   Elas são, contudo, apenas uma das manifestações atuais desse problema. A violência política encontrou em nossa sociedade, violenta, um terreno fértil para se desenvolver. E isso seguirá um traço distintivo de nosso país. O que vai ficar na sociedade brasileira depois das eleições e depois que assumir o novo governo, como herança destes anos bolsonarescos? Que tradição violenta é essa e que outros episódios de nossa história são manifestações dela? Para discutir esse tema, este #ForadaPolíticaNãoháSalvação recebe Angela Alonso, socióloga, professora do Departamento de Sociologia da USP e pesquisadora do CEBRAP, o Centro Brasileiro de Análise e Planejamento. Angela Alonso tem também uma coluna quinzenal na Folha de S. Paulo , na qual discute temas da conjuntura política e soci

Violência Política e Eleições | com Felipe Borba & Vinícius Israel | 137

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Temos visto que os episódios de violência política relacionada às eleições têm aumentado no Brasil, ultrapassando inclusive o número de eventos em 2020 durante o primeiro semestre. E eleições municipais costumam ter mais violência que as estaduais e nacionais. A grande diferença é que desta feita o próprio presidente da República, no exercício do cargo, estimula a violência contra seus adversários, transformados por ele em inimigos. Isto gera uma mudança não só quantitativa, mas qualitativa, da violência. O episódio mais vistoso foi o assassinato, em Foz do Iguaçu, do dirigente petista, Marcelo Arruda, em sua festa de aniversário. O crime foi perpetrado por um policial bolsonarista que disparou seus tiros contra o inimigo político aos gritos de "aqui é Bolsonaro". Fosse apenas esse o episódio, já seria suficientemente grave, mas há mais coisas. Drone que lança excrementos misturados com veneno contra manifestantes num comício de Lula; bomba caseira, cheia de exc

132- Bruno e Dom: a política que produziu o crime | com Fernando Vianna | 132

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A primeira metade de junho de 2022 foi tragicamente marcada pelo assassinato de Bruno Pereira, indigenista, e Dom Phillips, jornalista, no Vale do Javari, Amazônia brasileira. Numa incursão na área, lugar onde vivem diversos povos indígenas, vários deles ainda isolados, os dois foram mortos por membros do crime organizado atuante na região, estimulado pelo governo de Jair Bolsonaro, voltado à destruição da Amazônia e ao vilipêndio das populações originárias.   Não se trata de crime comum, nem mesmo se considerando o histórico de violência das relações entre indigenistas e ambientalistas, por um lado, e criminosos, por outro. A diferença está na política ativa do governo Bolsonaro em favor desses criminosos. Operando na ilegalidade incentivada pelo governo, grileiros, garimpeiros, madeireiros, pecuaristas, agricultores, caçadores, pescadores e até traficantes de armas, drogas e animais silvestres têm como inimigos os mesmos que o governo elegeu como os seus. A morte de B