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As eleições e a democracia em perigo | com Fernando Limongi | 143

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A eleição presidencial de 2022 coloca a democracia brasileira diante de  uma situação perigosa. Uma eventual vitória de Jair Bolsonaro pode significar o fortalecimento  de um projeto político autoritário que passa pela captura das  instituições pelo chefe do Executivo.  O principal alvo dessa investida autocrática é o Supremo Tribunal  Federal. Como Hugo Chávez na Venezuela, Bolsonaro quer controlar o STF e  o tornar uma corte subserviente a seu mando.  Mas como chegamos até aqui?  O que ocorreu ao longo de diversas eleições e  governos para que estivéssemos, hoje, diante desse risco? E o que  significaria um novo governo Lula, derrotando Bolsonaro?  Para tal discussão este #ForadaPolíticaNãoháSalvação recebeu Fernando  Limongi, cientista político, professor da Escola de Economia de São  Paulo da FGV, professor titular aposentado da USP e pesquisador do  CEBRAP.    Limongi é um dos principais cientistas políticos brasileiros e sua  reflexão sobre nossa democracia é pri

Ideologia: uma pra viver | com Juliana Fratini | 142

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Em meados dos anos 1980, Cazuza eternizou um verso de sua canção, "Ideologia". Era ele: "Ideologia: quero uma pra viver". De fato, ideias a respeito do mundo, em particular acerca da política, dão sentido à vida . Que rumo seguimos como cidadãos e cidadãs? Que rumos seguem aqueles que escolhemos para governar ou que, por vezes, nos são impostos? Esse é o tema deste #ForadaPolíticaNãoháSalvação e também do livro organizado por Juliana Fratini, cientista política, doutoranda na PUC SP e estudiosa da relação entre gênero e política – particularmente a atuação das mulheres, o que é objeto de outra obra que organizou: "As Princesas de Maquiavel".   No volume "Ideologia: uma para viver - as teorias que orientam o pensamento político atual" , ela reúne trabalhos de diversos pesquisadores sobre variados temas atinentes à questão ideológica:  tecnologia, desinformação, latino-americanismo, democracia, partidos políticos, social-democracia, popul

Ciência, pseudociência e política | com Ricardo Galvão | 141

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Ciência e política frequentemente se encontram. O conhecimento científico é primordial para embasar políticas públicas, assim como o incentivo à produção científica é uma política de muitos governos. Contudo, a interação entre ciência e política não se encerra aí. A ciência pode ser instrumentalizada por políticos para fins eleitorais e para o exercício do poder contra seus adversários. Além disso, argumentos pseudocientíficos também são utilizados para persuadir os cidadãos e atingir fins políticos. A pseudociência é traiçoeira justamente porque tem aparência de ciência, sem que realmente seja. Serve para enganar os incautos assim como a sofística, que se faz passar por filosofia.   Governantes populistas autoritários têm uma relação problemática com a ciência. Por um lado, tendem a vê-la apenas como um instrumento para ganhos imediatos. Por outro, desdenham dela e a atacam, quando suas descobertas contrariam os interesses dos poderosos e de seus amigos. Além disso, go

A Sociedade Civil na Trincheira da Democracia | com José Álvaro Moisés | 140

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No dia 11 de agosto diversos eventos de defesa da democracia ocorreram por todo o país, reunindo milhares de pessoas nas ruas e em escolas de Direito. O cordão foi puxado por uma carta elaborada no âmbito da Faculdade de Direito da USP , no Largo São Francisco. Esse documento se inspirou noutro, análogo, elaborado também na São Francisco, sob a liderança do professor Gofredo da Silva Telles, em 1977. À época o país ainda vivia sob a ditadura militar, naquele momento sob o comando do General Ernesto Geisel.   Aquela carta contribuiu de forma importante para a mobilização da sociedade civil contra o autoritarismo. O processo ganhou novo impulso no ano seguinte, quando uma greve de metalúrgicos da Scânia deflagrou a emergência dos movimentos paredistas do Novo Sindicalismo.  A sociedade reagia energicamente. Nesta quadra histórica o Brasil vive não uma ditadura, mas uma ameaça à democracia, perpetrada pelo presidente da República e seus comparsas. A sociedade se vê na necess

Dinheiro e velha política | com Bruno Carazza | 139

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As eleições de 2022 contarão com o maior montante de recursos públicos disponíveis para disputas eleitorais da história. Ademais, recursos privados também podem ser usados, com poucas limitações. Os muito ricos e aqueles que têm parentes, amigos e apoiadores muito ricos também serão beneficiados pela força da grana nestas eleições. Não apenas verbas de campanha - públicas e privadas - pesarão na corrida, mas também alentados recursos orçamentários da União, sobretudo por meio do "orçamento secreto", controlado pelas presidências das duas casas do Congresso. Que dinheiro é importante na disputa política já é algo sabido, mas qual exatamente essa importância? Que consequências isso traz para a democracia? Para discutir esses temas, este #ForadaPolíticaNãoháSalvação traz Bruno Carazza , mestre em Economia, doutor em Direito, professor da Fundação Dom Cabral e colunista do Valor Econômico . Carazza entende como poucos as relações entre dinheiro e política, sendo auto